VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER - NÃO GOSTAMOS DE APANHAR!

(foto retirada da internet)



A cada 2 minutos 5 mulheres são agredidas violentamente no Brasil, segundo pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo. Há 10 anos, estes números eram de 8 mulheres agredidas no mesmo intervalo.

Quando se lê uma barbaridade dessas, algumas pessoas já vêm com o comentário: "APANHA POR QUE QUER, PORQUE GOSTA, É MULHER DE MALANDRO"

Ninguém gosta de apanhar, de se olhar no espelho e ver seu rosto irreconhecível pelos roxos e inchaços, a maioria das mulheres estão nessa vida porque lhes foi roubada a auto-estima, o amor próprio.

Começa com os insultos, com palavras de rebaixamento, agressivas, mas sempre elas acreditam que isso é somente um momento passageiro. Mas a coisa só piora, a mulher começa a acreditar mesmo nessas palavras ouvidas todos os dias e se enfraquece. Então vem o próximo estágio, as agressões físicas, um tapa na cara, um empurrão, um soco depois outro, e isso acaba por fazer parte de sua rotina.

A violência é uma espécie de lavagem cerebral, a mulher se fecha na vergonha, no preconceito pela falta de sensibilidade de outras pessoas que as julgam gostarem de apanhar, ficam dependentes dos agressores, não conseguem enxergar a saída, afinal acabam por conhecer somente esse mundo violento, sem coragem e dominadas pelo medo ficam sem reação.

A coisa só muda após anos de sofrimento, quando a mulher se olha no espelho e percebe que o brilho de seus olhos se foram, que seus ideais foram roubados, que a esperança está longe, então percebe que está morta. Bate a vontade do suicídio, mas falta coragem para tirar o resto de vida que lhe sobra. É neste momento que aparece um fio de força vital, a mulher se enche da pouca coragem que lhe resta e resolve virar a mesa, afinal, se o agressor a matar não vai fazer diferença, é melhor morrer que viver morrendo todos os dias.

A perda do medo, a vontade de viver, de acreditar que sim, que elas podem ser felizes, transformam essas mulheres, a perda do medo faz com que mulheres se rebelem à violência, vão a procura de ajuda, denunciam, lutam pela libertação, como fez Maria da Penha, muitas infelizmente são mortas, mas outras conseguem sim a liberdade.

Como sei disso? Por que eu sofri isso, eu sou uma das poucas mulheres que conseguiram sobreviver pra contar que nem uma mulher gosta de apanhar, nem uma mulher gosta de ser humilhada, faço parte de uma pequena estatística de mulheres sobreviventes à violência doméstica.

Você mulher se está vivendo nessa situação, saiba que você é capaz, que você é forte, que você tem direito à felicidade, dignidade, ao amor, você não merece ser violentada, não permita que lhe roubem a dignidade, o seu amor próprio, lute pela sua felicidade e liberdade, posso dizer por experiência própria: VALE À PENA LUTAR!

Você que conhece alguma mulher nessa situação, não a julgue, não a menospreze, mas ajude-a encontrar a força que a levará à libertação.